terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Luxemburgo e Bruxelas


11 de abril, quarta-feira
LUXEMBOURG

Em Luxemburgo, muito cuidado ao falar português no táxi, restaurantes ou até na rua. Vinte por cento da população é de imigrantes portugueses, que vieram procurar melhores oportunidades no centro comercial da Europa.
Começamos descendo a Rue dês Capucins e passamos pela Confiterie Namur, uma casa linda, com prateleiras belíssimas e um salão de chá.


A Place d’Armes, com o céu azul e sem chuva, parecia outro lugar, totalmente diferente do dia anterior, cinzento e chuvoso. Vimos com calma o Círculo Municipal, o edifício administrativo da cidade. Do outro lado da praça, fica o monumento Dicks-Lentz, em homenagem a dois poetas nacionais.
Seguindo pela Rue Du Curé, passamos pelo Palais Grand-Ducal, uma mistura dos estilos barroco e renascentista. Do lado, fica a Câmara dos Deputados, que foi integrada ao Palais, embora os estilos sejam bem diferentes e dê para perceber que não é uma só construção.
Descemos pela Place Guillaume II que, às quartas, tem uma feira livre. É bem diferente e mais organizada que as nossas, com cara de feira de primeiro mundo mesmo. Tem coisas bem exóticos, como um tomate em gomos, tipo tangerina, e um pé de alface cultivado naquelas esponjinhas de arranjo de flores. Eu realmente adoro um marché!


Aí fica o Hôtel de Ville e uma estátua equestre de Guillaume II, Orange-Nassau. Descemos até a Place de la Constitution, com o monumento Gelle Frä (Dama Dourada), em homenagem aos mortos na 2ª Guerra. Logo abaixo, lá no vale, ficam os Jardins du Petrusse, lindos, que devem ser muito agradáveis para um passeio a pé. Pegamos o Petrusse Express, e levamos a Marina passear na ville basse, Grund. O passeio no trenzinho é ok. Achei bem mais legal fazermos a pé, como ontem, apesar do sobe e desce.


Ao voltar à praça, pegamos o sight seeing tradicional, tipo hop on hop off. Esse sim vale bastante a pena, até porque leva a uma parte da cidade que, de outra maneira, não teríamos conhecido.
O percurso começa passando por uma ruazinha do centro, a única que não é peatonal. Continua pelo mercado do peixe, uma parte da cidade antiga, onde, na verdade, não tem mercado nenhum. Contornando o Boulevard Royal, rua do nosso hotel, passa pelos Parques Municipais, que era a vista do nosso quarto. Aí entramos no distrito bancário, onde se concentram bancos, empresas e sedes governamentais. Os prédios são todos bem modernos, baixos e a maioria é de vidro. Passamos também pela Filarmônica, do mesmo arquiteto da Cidade da Música no Rio.
Na volta, cruzamos a ponte Adolphe e fomos até a estação de trem, passando por um centro de comércio bem menos chique que as Kenzo e Dior dos arredores das praças.  Por fim, antes de terminar o circuito, passamos em frente à Notre-Dame.
Almoçamos uma sopa deliciosa no À la Soupe, que estava lotado. Daí, fomos às Casamatas do Bock, um emaranhado de corredores subterrâneos para defesa militar das fortalezas e muros que cercavam a cidade, construídas no século X, pelo conde Sigefroi. O engenheiro militar francês Vauban foi o principal responsável pela ampliação das galerias, que levou Luxemburgo a ser chamada de Gibraltar do Norte. As casamatas tinham capacidade de abrigar 30.000 soldados com seus cavalos, mantimentos, artilharia, etc.


Assim que começamos a descer, a vista do vale é esplêndida. Estávamos nos mesmos buracos na pedra que tínhamos visto quando passeávamos no Petrusse Express. Em uma das câmaras, havia um fosso de 50m de profundidade, digno de filme, onde, reza a lenda, desapareceu Melusina, esposa do conde Sigefroi, com sua cauda de sereia.
Saindo das Casamatas, fomos passear pelo Chemin de la Corniche, “a sacada mais bonita da Europa”. É engraçado pensar como uma cidade tão financeira pode ser tão bonita e bucólica, com os céus azuis e nuvens refletindo no pequeno rio que corre no vale.
No fim da Corniche, começou a chover bastante, então apertamos o passo até o Plateau St. Sprit, a área do judiciário.
Olha só o céu nebuloso!

Voltamos à Rue Du Marché aux Herbs, em frente ao Palais Grand-Ducal (cidade pequena é assim, tudo se interconecta). Então entramos na Chocolate House, de Nathalie Bonn. O lugar tem tortas e bolos lindos e variados. Comemos um brownie de chocolate com cereja e eu tomei um chocolate quente. (Era um cubo de chocolate preso no palito, que podia ter vários sabores diferentes, como 40 ou 70% cacau, chocolate branco, com pistache, com café, etc. Mergulhando a colher / palito de madeira no leite, o chocolate derretia. Tinha até um cardápio com todos os sabores de chocolate. Magnífico! Fica a ideia para as festinhas da Marina!)

             Quando saímos de lá, a chuva tinha passado e o céu estava mais azul que antes. Então decidimos esticar o passeio, em vez de voltar para o hotel. Fomos até a Place Clairefontaine, onde tem uma estátua em homenagem à Gran duquesa Carlota. Descemos a Rue St. Sprit e refizemos o Chemin de la Corniche, agora no sentido inverso. Ao chegar de volta às casamatas, descemos a Rue Large em direção a Ville basse. Essa rua é uma graça e a vista é linda, deixando ver o vale e os tetos das casas através das árvores.





Chegando lá embaixo, passeamos pela ponte de Trèves e subimos de volta ao Plateau de elevador. No caminho de volta para o hotel, entramos na Notre-Dame e tomamos um sorvete de violette no Ladurée (not good at all).

Descansamos um pouco e fomos jantar no Ikki, em rives de Clausen, na cidade baixa. É uma rua cheia de restaurantes, bares e boites moderninhos. No Ikki, o primeiro andar era um bar com música e a nata do Kirchberg reunida. O restaurante fica no 2º andar e foi uma experiência realmente inesquecível. para “divertir a boca”, serviram um creme de aspargos. Eu pedi um atum em cama de cogumelos, cebola roxa, manga e pistache, com molho de manga picante e sorvete suave de wasabi. O da mamãe foi um risoto de foie gras com aspargos e crisps de Parma. Nem sei dizer qual estava melhor. De sobremesa, um creme brulée em chamas. Para acompanhar ½ garrafa de Château Schengne, um ótimo pinot gris. Tudo por menos de 100 euros. Além da comida, a decoração do restaurante também era linda. Vraiment memorable!

12 de abril, quinta-feira
LUXEMBOURG – BRUSSELES

Saímos de Luxemburgo no trem de 10h20 e chegamos a Bruxelas quase às 14h. Fizemos check-in, deixamos as coisas no quarto e saímos para comer. Nosso hotel é super bem localizado, na Place Grote Markt, a uma quadra da Gran Place. Não tem nada do luxo de Luxemburgo, mas era ótimo. Nada como ter uma boa agente de viagens! Pela pequena rua Heuvel Colline, crivada de lojinhas bacanas e outras nem tanto, como L’Occitane, Tintin e milhares de lojas de chocolate e quinquilharias, chegamos à Gran Place, que é realmente um espetáculo, rodeada de construções neo-góticas, que brilham com os tons dourados e as figuras decorativas, seja nas fachadas ou nos tetos.
Cada edifício pertencia e foi recuperado por um sindicato diferente. O único que continua em posse do “sindicato” é o dos cervejeiros, que abriga o Musée de la Bierre. As principais construções são o Hôtel de Ville, o Palais des Ducs Brabant e a Maison Du Roi, onde nunca morou nenhum rei e hoje funciona o Musée de la Ville. (Tem um aplicativo do Iphone sobre Bruxelas que fala de cada construção da Gran Place.)


Detalhe para o casaco que não cobria a barriga...
Almoçamos no La Chaloupe d’Or, com vista para a praça, comida boa, cervejas boas (Affligen e Tripel Karmeliet) e garçom 171. Quando terminamos, já era até meio tarde e fomos explorar a cidade a pé. Passamos pelo Boulevard Anspach, rue du Lombard e rue du Midi, com lojas e restaurantes diversos, pela Bourse e pelo Manneken-Pis. O passeio pelas ruas é muito agradável e a cidade é linda, porém meio complicada de se locomover. A maioria das ruas tem dois nomes e, no início, foi um pouco difícil me encontrar no mapa.
As duas cervejas do almoço mataram a mamãe e ela desmaiou, quase literalmente. Passamos no hotel e ela apagou. O dia estava lindo e ainda claro. Então, continuei o passeio.
Passei pela Galerie Royal St. Hubert, uma Passage Couverte no melhor estilo parisiense. No fim da galeria, na rue Montagne, fica o A la Morte Subite, um bar / bistrô famosinho. Voltando pela galeria, no meio, ela tem uma saída para a rue de Bouchers, uma rua cheia de restaurantes dos dois lados, com todos os garçons te chamando para entrar, onde, apesar do assédio, vamos jantar. (Rapha, não leve o Alexandre lá!)
Antes de voltar ao hotel, passei em frente à praça da Catedral. É uma igreja bem bonita, que, por fora, lembra a Notre-Dame de Paris.
Voltei ao hotel e nos arrumamos para jantar. Antes de ir comer, passamos pela Grand Place, para vê-la iluminada. Nem dá para explicar como ou por quê, mas fica ainda mais bonita.

Essa é a Place Grote Markt, com a agulha do Hotel de Ville ao fundo.
Caminhamos pela rue du Marché aux Herbes e viramos para chegar a rue de Bouchers. Comemos no restaurante mais cheio, o La Terrase, na varanda. Pedi moulles frites, um prato típico, mexilhões com batata frita, e ainda achei uma pérola dentro de uma das conchas. Para a Marina!
Fomos dormir felizes, as três!

3 comentários:

  1. Excelente post. Obrigado por compartilhar conosco suas experiências e impressões.

    Vamos a Luxemburgo e suas dicas foram valiosas.

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    1. Oi, Allysson. Aproveite Luxemburgo. É uma cidade incrível! A princípio, decidimos ir só porque minha mãe queria conhecer mais um país, mas acabou sendo a melhor surpresa da viagem!

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  2. Bom dia Lulu Aché, se puder me ajundar gostaria se na sua opnião seria melhor passar três dias em Bruxelas ou dois dias em Bruxelas e dois em Luxemburgo. Att,

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