quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Paris - Montmartre e Robuchon

Viagem França 2010 / 2011 - Parte 3

Dia 6 - 03 de janeiro de 2011, segunda-feira
O táxi, de novo, dando de mil em Paris. Dessa vez, fomos até Montmartre. Descemos do táxi em frente ao Moulin Rouge. Nunca entrei... A Nonna já levou o Mati num show lá. Tenho curiosidade, mas é bem salgado...
Começamos a subida pela rue Lepic e logo paramos para um chocolate no café Les Deux Moulins. Talvez o nome não diga muita coisa, nem o café por fora. Mas, por dentro, não há sombra de dúvida: é o cenário de Amelie Poulin. Esse restaurante teve realmente muita sorte. O lugar não é nada demais, nem a comida, nem o serviço. Aí, um belo dia, um filme totalmente despretensioso resolve filmar lá, vira hit mundial e ganha até Oscar. Resumo: virou o café da Amelie. Tudo é da Amelie, as fotos, os nomes dos pratos. Tem croque monsieur fabuleux ou croque madame da Amelie! (By the way, o café também está no guia do Herzog.)

Continuamos subindo a rua e passamos pelo Moulin de la Galette, um dos poucos que ainda restaram no bairro, que era cheio de moinhos. Não funciona mais e é apenas pitoresco. Se a pessoa estiver desatenta, acho até que pode passar despercebido.
Montmarte também era um bairro cheio de vinhedos, mas só sobrou um. Caminhamos até lá, mas, no inverno, o vinhedo se resume a galhos secos... Em outubro, durante a colheita, tem festa e tudo mais. Aí deve ser bem bonito. Em frente ao vinhedo, fica o Au Lapin Agile,  que era um cabaret (artistique), frequentado por toda a nata da boemia parisiense. Hoje em dia, não sei se ainda funciona alguma coisa lá ou se tem algum tipo de atração. Se alguém souber, me fala!


Voltando, passamos pela Place du Tertre, cheia dos artistas de sempre, vendendo quadros e tentando pegar os turistas para uma caricatura ou silhueta (c'est la tradition!).


Em seguida, fomos ao Espace Dalí, que não recomendo, a não ser que se trate de um fissurado por Dalí. O museu é principalmente de esculturas (mas não são as originais, e sim réplicas autorizadas). Além disso, também tem estudos e desenhos livres, dentre outras obras secundárias.
Por fim, chegamos a Sacré-Coeur. Por fora, a igreja é linda e bem diferente de todas as outras, tanto pelas formas quanto pela cor clara. Decidimos entrar e juro que nem lembro bem como ela por dentro. Estava tendo uma missa cantada pela freiras do Sagrado Coração. Foi lindo. Elas respondiam, se levantavam, abaixavam, sentavam. Parecia uma coreografia bem sincronizada. Ficamos até o final e foi lindo! Adoro essas coincidências de viagem.


Descemos pela Place du Sacre-Coeur até o Carrossel da Amelie. Outra opção é descer pelo funicular. Mas a descida não é nem um pouco problemática e, pelo contrário, é bem tranquila e legal de ir parando e olhando de volta para a igreja lá em cima da colina.
Pegamos um táxi até o Aux Lyonnais, outro restaurante do Herzog, mas estava fechado. (Malditas férias de inverno!). Então, continuamos o passeio pelo boulevard Montmartre, onde fica o Musée Grevin, que é o museu de cera de paris. Não entramos, mas é bem legal. Eu já tinha ido. Acho que vale a pena.
Essa área do 2ème arrondissement concentra várias Passages Couverts, que são galerias que passam por baixo dos prédios. Você entra em uma rua e sai em outra. As principais são Passage de Panorama, Galerie Vivienne (a mais bonita!) e Galerie Colbert (que compete com a Vivienne). Além disso, também fomos à Passage du Prince, que só tem lojas de crianças, seja de roupa, móveis ou brinquedos. É uma graça!


Fomos descendo pela rue Vivienne e passamos na frente do Le Grand Colbert, onde não conseguimos almoçar no dia 31. Resolvemos dar mais uma chance ao chef mal humorado. Hoje foi o dia dos restaurantes de filme! Esse apareceu no "Alguém tem que ceder". A Diane Keaton encontra o Keanu Reeves nesse restaurante, e diz que tem o melhor frango assado do mundo. Bem, comemos o prato dela, que estava bom, mas daí a ser o melhor do mundo... Segundo o Dani, os americanos não sabem comer, e muito menos a Diane Keaton! De sobremesa, o típico da casa: baba au rhum.
Continuamos o passeio passando pela rue St. Denis que parece uma pequena Alfândega. Percebe-se que o público é bem diferente, assim como os preços, roupas e forma de exposição dos produtos. Lá tem uma mini-Sephora, sem o glamour do Champs-Elysees, claro!
Segumos até o Centre George Pompidou. Começamos pela exposição temporária do Mondrian e depois vimos a coleção permanente, a parte dos modernos (de 1905 a 1965). Incluía Picasso (bastante coisa), Pollock, Duchamps e muchos otros. Antes de sair, passamos rapidamente pela exposição apenas de artistas mulheres (elles@centrepompidou), mas é muito exagerada, ultra-feminina e até um pouco agressiva.


O nosso fim de tarde foi super gourmet. Daí, demos uma esticadinha e caminhamos até o Marais (bem pertinho). Achamos que íamos terminar o dia com um chá no Mariage Frére, acompanhado de financier e madeleine. São tantas opções de aromas e sabores que é até difícil de escolher, principalmente porque os nomes não ajudam muito. Os chás vem da China, Tailândia, Cuba, de milhares de países. É a casa de chás mais antiga e famosa de Paris. Eles fornecem para vários restaurantes e hotéis. É muito tradicional e vale a visita.
Mas o dia ainda não tinha terminado. Caminhando mais um pouco, nos deparamos com o café Les Philosophes. Sentamos na calçada, debaixo de uma calefação e tomamos vinho, porto, beliscamos uma assiete de fromage e, horas depois, terminamos com uma soupe a l'oignon gratiné bem quentinha. Superbe!
A vida nos cafés parisienses é realmente um ícone da cidade, um estilo de vida dos moradores que os turistas acabaram adotando. É uma delícia ficar sentada na calçada, bebendo, conversando e vendo as pessoas e a vida passarem. Viva Paris!

Dia 7 - 04 de janeiro de 2011, terça-feira

Começamos o dia fazendo fila para entrar na Saint-Chapelle. A fila é na rua, bem no vento, na maior friaca. Depois de 30 minutos de fila, eu já tinha cansado, mas não podia desistir. Afinal, estávamos ali desde o início porque eu queria... Enfim, 45 minutos depois, entramos na igreja, que é linda. Adoro muito!



Ao sair, tomamos um chocolate quente no café Le Deux Palais, para espantar o frio. Atravessamos o rio, passando novamente em frente a Notre-Dame (também amo) e fomos até a livraria Shakespeare & Company. Novamente, marca é tudo! A livraria tem um clima de sebo, embora venda livros novos. É uma graça e cheia de gente.



Daí, seguimos para a nossa reserva de almoço comemorativo no L'Atelier de Joel Robuchon (famoso!). O restaurante não tem mesas. São duas grandes bancadas, em volta da cozinha aberta, onde vemos os pratos sendo preparados. O clima do ambiente é de glamour total, embora eles não fiquem ostentando. O serviço é impecável e a comida idem. Eu comi um oeuf cocote com espuma de champignon (servido numa taça para comer de colherzinha - o garçom me ensinou). Para o Dani, foi Saint-Jacques sobre uma base de massa com lascas de trufa preta. Es-pe-ta-cu-lar! O meu prato principal foi uma caille (codorna) com trufas pretas e purê de batata. Para começar, foi a melhor codorna que eu já comi e, para terminar, foi o melhor purê de batatas da minha vida! Nunca imaginei que uma comida tão simples e insossa pudesse se transformar naquilo! O Dani comeu boeuf au poivre com batatas assadas com alecrim. Incrível também.


Daí, o resto do dia foi bem tranquilo, flanando por Paris. Caminhamos pelos boulevards Saint Germain e Saint Michel, vendo as modas e procurando o casaco do Dani.
Sentamos no Le Procope para tomar uma taça de vinho. O restaurante é super antigo e era local de encontro da classe alta de pensadores parisienses. Mas é para jantar e como não íamos comer, o garçom ficou meio de mal humor. Além disso, no andar de cima, tem uma sala de reunião para eventos.
Então fomos ao Café Latin (mais um do Herzog) para encontrar com o Martin. Esse eu super recomendo. O ambiente é agradável e a noite foi muito divertida. A comida estava ótima. Começamos com escargots em ervas e manteiga e eu comi um croque madame (com ovo por cima) que estava simplesmente espetacular. Falamos do livro e ainda conhecemos o Petit Nicolas, um sommelier que tem várias lojas espalhadas pela cidade (Nicolas). Ele é responsável pela carta de vinhos da casa. Preço e qualidade! É despretensioso, mas é muito bom mesmo.

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