domingo, 24 de julho de 2011

Nova York

Day 4 – 06 de abril, quarta-feira
Hoje, acordei em Nova York com as minhas amigas com um dia lindo! Algo mais?
Começamos o dia sem a Rita, que foi visitar uma escola em New Jersey (e ainda queria ter carregado a gente junto). Pegamos o metrô até o Financial District e, assim que saímos, demos de cara com a Brooklyn Bridge. Caminhamos um pouco por ela, com o dia lindo, e tiramos uma fotinho. Seria ótimo ter continuado até o Brooklyn, mas tínhamos que voltar e seguir o roteiro para encontrar com a Rita mais tarde. Brooklyn fica para a próxima vez que eu vier a Nova York.
Em frente à saída do metrô, ficava o Municipal Building, um prédio lindo e enorme, com belíssimas arcadas.
Atravessando a praça, fica o New York City Hall. A casa e os jardins são lindos. Detalhe para o esquilo assassino que saiu correndo atrás da gente quando íamos tirar uma foto. Caminhamos ate o United States Court House, mas não era aquela escadaria típica de Law & Order. (A de L&O parece mais a escadaria do prédio dos Correios.)
Continuando o passeio, passamos pela Broadway, pegando ela bem no início. Passamos pelo Woolworth Building, que era conhecido como Catedral do Comércio por causa do seu estilo gótico. Mais em frente na Broadway, fica a Saint Paul’s Chapel, uma capela presbiteriana antiquíssima, onde foi a posse de George Washington. Atrás da igreja tem um cemitério com vista para o terreno onde ficavam as Torres Gêmeas.
No local, que hoje é conhecido como Ground Zero, vai ser construído um memorial, que inaugura este ano, no dia 11 de setembro. Para isso, eles vão ter que correr bastante, porque a obra ainda não está tão adiantada. Na rua do lado, tem um Preview do 9/11 Memorial Site. O Preview é bem resumido. Mostra a cronologia do dia do acidente. É impressionante a agilidade dos americanos. Menos de trinta minutos depois do primeiro avião atingir a torre, todas as pontes e túneis que entram e saem de Manhattan estavam fechados. Uma hora e meia depois, eles tinham evacuado a Casa Branca, o Empire States e a Disney! Tem um vídeo com depoimentos de sobreviventes e uma grande maquete de como vai ficar o novo memorial.
Os americanos são bons em emocionar, em fazer uma coisa bem intensa, sem ser brega. Todo o complexo do WTC, que tinha sete prédios, e foi abaixo no ataque. Foram removidas mais de 200 mil toneladas de entulho e morreram pessoas de 92 nacionalidades. Quando os prédios foram atingidos, tinha umas 17 mil pessoas lá dentro, mas apenas 3.000 morreram, outra prova da eficiência norte americana. Quando ficar pronto, tenho certeza de que o memorial vai ficar lindo.
Em seguida, passamos na Century 21, uma mega de loja de departamentos, mas confesso que não tenho muita paciência para isso. E o dia estava muito bonito para ficar dentro de loja.
Como todo o quarteirão está em obras, tem vários policiais ajudando o trânsito de carros e de pessoas. * Detalhe para o momento “Cross”: O sinal estava fechado para pedestres, mas a guardinha, uma americana negra, baixinha e gordinha, bem pitoresca, tinha parado o trânsito para os pedestres atravessarem. Mas, como o sinal estava fechado, as pessoas ficaram meio reticentes. Nisso, a guardinha começou a cantar, no ritmo de creu na primeira velocidade: “Cross, cross, cross”. Ai a velocidade aumentou: “Cross-cross-cross, cross-cross”. Nada como viver o momento, com ritmo!
Bem, continuando o passeio, passamos pela Bolsa de Valores, que é um prédio bem modernista, com traços retos e nada muito especial. Toda Nova York é uma selva de concreto, mas entramos por uma rua que era o exemplo perfeito disso. A rua era estreita e os prédios dos dois lados deviam ter, no mínimo, 20 andares. Isso criava um corredor e parecíamos formigas. Tinha que levantar o queixo bem lá pra cima pra ver um pedacinho do céu azul.
Passamos por Wall Street e o famoso touro. Estava lotado de gente tirando foto, nós inclusive. O touro já é no final da rua. Atravessando, chegamos ao Battery Park.
Esse é o lugar mais lotado de turista de toda a cidade. A fila para o ferry da Estátua da Liberdade era impensável. Ainda bem que não queríamos ir mesmo. E ver a estátua da liberdade ao longe é extremamente decepcionante. Ela fica bem afastada da costa e parece super pequena, sem glamour nenhum.
Passeamos um pouco pela margem do rio e pegamos o metrô para encontrar com a Rita em Uptown.
Voltamos a Columbus Circle e andamos duas quadras para cima, até o Lincoln Center. Almoçamos no Café Fiorello, no outro lado da rua do Lincoln Center, dica da Fofa. O restaurante era muito bonito, bem pinta de restaurante francês, e uma comida espetacular. De entrada, eu e a Ana dividimos uma salada com frango e aspargos. Rita e Rapha dividiram uma salada de shrimp e scallop.
O prato principal foi o carro chefe da casa, a lasanha que mistura três carnes: vitela, porco e boi. Na verdade, a lasanha é bem diferente. Ela não tem todas aquelas camadas de massa. A massa faz apenas uma base e o molho vem todo em cima, incluindo quatro meat balls. A própria garçonete descreveu como uma mistura de pizza e lasanha. Estava uma delícia, assim como o vinho (Bonterra).
De sobremesa, pedimos uma torta de limão. A torta não tem nada a ver com as brasileiras. É bem mais compacta, deliciosa. E não vem com todo aquele suspiro em cima. A torta vem só com chantilly (e que chantilly) do lado. Aí você coloca a vontade, e que vontade!
Outra sobremesa especial da casa era a mousse de chocolate, mas como não íamos pedir duas, resolvemos pedir uma cortesia. E, como já virou costume, ganhamos, de novo! Veio um pratinho lindo, com quatro bolinhas de mousse e quatro bolinhas de chantilly. Mais delícia!
Depois de um almoço realmente dos deuses, continuamos nosso caminho. Primeiro, passamos em frente ao Lincoln Center for the Performing Arts. Pena que o dia lindo da manhã tinha se transformado totalmente e estava, inclusive, chuviscando. Mas nada que atrapalhasse nosso dia.
* Momento Auto Esporte: Tinha uma limosine rosa parada em frente ao Lincoln Center e a Rapha e a Rita foram ver de perto. Aí, a Ana percebeu que tinha gente filmando. Fui olhar e vi que a filmagem era do Auto Esporte. Eu e a Rapha ainda fomos entrevistadas e falamos sobre limosines. Paying a little monkey in NY!
Mais um momento especial em Nova York, dessa vez o momento performance. Como viajamos em cinco, o quarteto mais o nosso little monkey (que a Ana adora!), entramos em ação de novo. Aproveitando que estávamos no Centro das Artes Performáticas de Nova York, tiramos uma foto bem temática e performática! Dessa vez, até a Ana deu o braço a torcer e entrou na brincadeira.
Viramos na 66th em direção ao Central Park e passamos por um castelo, que hoje é ocupado pela ABC.
Fomos ate o Central Park e passamos em frente ao Tavern on the Green, mas o restaurante parecia estar fechado. Passeamos um pouco pelo parque, mas o clima não estava nos favorecendo muito. Estava começando a chuviscar mais forte. Fomos até Strawberry Fields, lugar dedicado ao John Lennon, que morou num prédio em Central Park West, o Dakota Building. No chão, tem um círculo escrito Imagine e sempre há flores.
Daí, pegamos o metrô até Morningside Heights.
Passamos pelo Tom’s Restaurant, o restaurante do Seinfeld. Só que a locação era só a fachada. Por dentro, é totalmente diferente. Sentamos para tomar um café, mas eles não servem café nas mesas. Para sentar na mesa, tem que consumir no mínimo 6 dólares por pessoa. Simpático, não?
O Upper West Side é totalmente diferente de Downtown e Midtown Manhattan. Os prédios são bem mais baixos e praticamente não tem arranha céus. Isso dá até a impressão de que as ruas são mais largas.
Daí, passamos por Columbia. O campus da universidade é espetacular. Tem dois prédios principais, um de frente para o outro, num estilo bem renascentista. Em volta, tem vários outros prédios que compõe parte do complexo, que ocupa uns 10 quarteirões. Nem imagino o que deve ser estudar aqui!
Pegamos um táxi para ir até a missa gospel, porque já estávamos bem atrasadas. Chegamos na Bethel Gospel Assembly (East 120th) e nos sentamos lá no fundo. Primeiro, uma mulher subiu no altar para dar as graças. Ela falava muito rápido e só dava para entender algumas palavras: Thank you, Jesus, My Lord, My loving God, My father. Parecia a menina pastora falando loucamente!
Em seguida, ela começou a cantar e todo mundo presente começou a cantar junto. Era bem gospel, com aquele canto animado, alguns batendo palmas, outros de mãozinha para cima. Foi ótimo ter sentado mais atrás, embora a Rita quisesse ir mais para a frente, assim víamos a animação e a energia de todo mundo. Mas, infelizmente, nesse dia o pastor tinha decidido iniciar grupos de novena temáticos. Então, eram só 15 minutinhos de “warm up” antes dos grupos de discussão. Foi uma pena e deixou um gostinho de quero mais, mas valeu muito a pena. Foi emocionante!
Quando saímos da igreja, caminhamos um pouco pela 120th, até a Malcolm X Avenue. As brownstone houses são muito bonitas e o bairro é bem melhor e menos opressor do que eu imaginava. No Harlem por onde nós passamos realmente não senti nenhum clima de medo ou insegurança. Pelo contrário, parecia quase o Greenwich Village.
Fomos ate o Sylvia’s, mas não gostamos muito. Estava vazio e a música é só nos domingos de manhã. Então, decidimos ficar no Lenox Lounge, um bar de jazz famosíssimo, onde já tocaram Miles Davis, John Coltrane e Billie Holliday.
A musica era ótima e ficamos no bar, tomando drinques e bebendo cerveja. Tinha que pagar um couvert artístico, mas não preciso nem dizer que foi cortesia, né? Para compensar, a Rapha comprou um CD do Nathan Lucas, o líder da banda.
Detalhe para a senhora negona que também cantava, com um vozeirão espetacular!


                * Momento Sincere: De repente, adentra o salão uma figura realmente bizarra. Era um negão, com o cabelo todo de trancinhas e um casaco inteiro de pele, bem peludo, de chapéu e tudo. Devia ter até dente de ouro. Ele era totalmente de casa. Lá pelas tantas, se aproximou e nos deu seu cartão que dizia: sincero, professor, consultor, psicólogo, educador. E martial arts extraordinaire. Uau! O cara era uma figura e fazia pequenos comentários sobre coisas banais da vida, inclusive para a gente.
Quando saímos de lá, antes de vir direto para o hotel, ainda fiz um pit stop num Gray’s Papaya em Upper West Side, que tínhamos visto que era bem na saída do metrô.
Comemos um cachorro quente, provamos a pina colada, que é sem álcool, e voltamos para casa.

Day 5 – 07 de abril, quinta-feira
Antes de começar a programação do dia, fizemos um pitstop no metrô e descemos na Grand Central Station, a principal estação de trem de Nova York, e também tem metrô. O prédio é uma beleza, com um pé direito altíssimo e arcadas belíssimas. Demos uma volta e saímos da estação.
Lá fora, demos a volta no quarteirão para ver o Chrysler Building. De todos os arranha céus de Nova York, achei esse o mais bonito. Ele não é simplesmente uma construção qualquer, tem todo um propósito, uma semelhança proposital com peças de um automóvel.
Voltamos para o metrô e, agora sim, fomos até a Museum Mile, um trecho da Fifth Avenue que é lotado de museus. Primeiro, passamos em frente ao Guggenheim, que estava fechado nesse dia. Vimos a arquitetura por fora e a gift shop, cheia de peças com círculos concêntricos, simulando o exterior do museu.

Descendo pela Quinta Avenida, fomos a Neue Galeria (lê-se Nóia, segundo o recepcionista da galeria). A mansão onde hoje funciona a galeria, uma das muitas da quinta avenida, já foi residência de Gertrude Vanderbilt a mecenas do Whitney Museum. O local é uma beleza e a exposição, super interessante. Dois amigos se juntaram para abrir este museu. O que eles tinham em comum era a paixão pela arte austríaca e alemã da virada do século.
O principal artista representado na galeria é Gustav Klimt, com quadros lindos e desenhos que rompiam com qualquer tipo de padrão da época, estético e moral. A organização da exposição e as informações expostas são muito interessantes, mostrando, inclusive, como Freud influenciou a arte. Pena que todos os rompimentos tão criticados há um século ainda são altamente rechaçados e condenados também hoje.
Continuamos descendo pelo Upper East Side, na Museum Mile, com suas mansões maravilhosas e prédios incríveis com mordomos na porta, exatamente como nos filmes. Essa é a parte mais rica de Nova York.
Passamos em frente ao Met, entramos para dar uma olhada no saguão, mas é um museu muito grande, digno de dia inteiro, digno de um mês em Nova York. Como não tínhamos esse tempo todo, pelo menos não dessa vez, seguimos em frente. O Metropolitan fica para a próxima. Passamos em frente ao Ukrainian Institute of Art, que funciona em mais uma das mansões da Fifth Avenue, essa inspirada nos castelos do Loire.
Entramos no Central Park e continuamos descendo a 5th, mas por dentro do parque. Passamos pela Alice no País das Maravilhas, com o cogumelo gigante, o coelho e os outros amiguinhos. Embora o dia não estivesse lindo, foi o nosso primeiro passeio pelo parque sem chuva!
Paramos para comer num diner bem clássico, num estilo super americano, o EJ’s Luncheonette, na 3rd avenue, 1271. Cada uma comeu um mega burger e, devo confessar, bati até a Rita nessa. Detalhe especial para a declaração da Ana, que parece um tratorzinho comendo! Okay.
Depois do almoço, fomos ao Whitney Museum of Art. A exposição principal era do Edward Hopper: “Hopper and his time”. Foi um pintor norte americano, muito lembrado pelas representações realistas da solidão na contemporaneidade, nos cenários urbanos e rurais. Foi o must go da Rapha e, de fato, muito bem escolhido.
Continuamos caminho, seguindo até a Frick Collection. Mas faltava bem pouco tempo para fechar e a Rita e a Ana preferiu voltar para o hotel para descansar. O museu é em mais uma linda mansão. Dá para ver bem a divisão dos quartos e salas.
A coleção inclui alguns dos pintores europeus mais conhecidos, como Camille Corot, Goya, El Greco, de La Tour, Manet, Monet, Renoir, Rubens, Vermeer e outros.  Também apresenta esculturas, mobiliário francês do século XVIII, porcelanas, tapetes e várias outras peças que compõem o ambiente. Também acontecem concertos no museu. Adoraria! (Ou melhor, adorarei!)
No caminho de volta, eu queria passar na Shakespeare & Co, que fica na Lexington av. Qual não foi a minha surpresa quando vi que a loja não tem nada a ver com a matriz parisiense? É só mais uma livraria, sem charme nenhum. Passamos batido, em direção ao Serendipity 3, East 60th.
É uma sorveteria famosíssima e lotada! Tinha 30 minutos de espera, mas, para variar, conseguimos uma mesa na hora! A Rapha mal podia acreditar. Dividimos um sorvete que, segundo o garçom, os americanos tomam sozinhos. E tomam mesmo, até as crianças!
Na volta para o metrô, passamos no Dylan’s Candy Bar e compramos um chocolatinho para a Rita.
Depois de um descanso a jato (pelo menos para mim e para a Rapha), nos arrumamos e saímos para jantar no Tao, que já estava reservado e tudo. O restaurante é lotado, meio night, meio jantar. Mesmo com a reserva, teríamos que esperar. O bar estava abarrotado de gente. A gente mal cabia ali. A música bem alta que o normal e o clima de azaração não combinou muito com o nosso clima. Pedimos uma bebida, mas exigiram os passaportes! Só a Rita tinha levado passaporte, então só ela poderia beber. Foi a desculpa perfeita para irmos embora.
O problema agora era arranjar outro lugar bacana para jantar na cidade que nunca dorme. A recepcionista do Plaza Hotel indicou o Philippe, by Philippe Chow, na 60th. Era uma cozinha oriental, que seguia a linha chinesa. Mas lá fomos nós de novo, bem decepcionadas com o Tao.
Como quem cria a diversão somos nós mesmas, a noite foi ótimo, com direito até a cantoria!


2 comentários:

  1. Olha o que escrevi sobre o Lenox Lounge: http://passandoaviagem.blogspot.com/2012/02/lenox-lounge-jazz-com-historia-no.html

    ResponderExcluir
  2. Nova York sem dúvida é uma cidade fantástica repleta de entretenimento e coisas para fazer. Durante o meu curso de inglês em Nova York, eu copnheci a cidade e seus pontos turísticos impressionantes. Nova York sempre tem algo diferente para conhecer e se divertir, por isso vale a pena conhecer esta cidade multicultural. Estudei em uma escola de inglês em Nova York no centro da cidade que ofereceia além do curso; a hospedagem, a alimentação e as atividades de lazer chamada Sprachacaffe e fiz várias amizades com estudantes de vários lugares do mundo. Deixo aqui a dica da escola onde fiz o meu curso de inglês http://www.sprachcaffe.com/portuguese/study_abroad/language_schools/new_york/main.htm

    ResponderExcluir