11 de abril,
quarta-feira
LUXEMBOURG
Em Luxemburgo,
muito cuidado ao falar português no táxi, restaurantes ou até na rua. Vinte por cento da
população é de imigrantes portugueses, que vieram procurar melhores
oportunidades no centro comercial da Europa.
Começamos
descendo a Rue dês Capucins e passamos pela Confiterie Namur, uma casa linda, com prateleiras belíssimas
e um salão de chá.
A Place
d’Armes, com o céu azul e sem chuva, parecia outro lugar, totalmente diferente
do dia anterior, cinzento e chuvoso. Vimos com calma o Círculo Municipal, o edifício administrativo da cidade. Do outro
lado da praça, fica o monumento Dicks-Lentz, em homenagem a dois poetas
nacionais.
Seguindo pela
Rue Du Curé, passamos pelo Palais Grand-Ducal, uma mistura dos estilos barroco
e renascentista. Do lado, fica a Câmara dos Deputados, que foi integrada ao
Palais, embora os estilos sejam bem diferentes e dê para perceber que não é uma
só construção.
Descemos pela Place Guillaume II que, às
quartas, tem uma feira livre. É bem diferente e mais organizada que as nossas,
com cara de feira de primeiro mundo mesmo. Tem coisas bem exóticos, como um
tomate em gomos, tipo tangerina, e um pé de alface cultivado naquelas
esponjinhas de arranjo de flores. Eu realmente adoro um marché!
Aí fica o
Hôtel de Ville e uma estátua equestre de Guillaume II, Orange-Nassau. Descemos
até a Place de la Constitution, com o monumento Gelle Frä (Dama Dourada), em homenagem aos mortos na 2ª
Guerra. Logo abaixo, lá no vale, ficam os Jardins
du Petrusse, lindos, que devem ser muito agradáveis para um passeio a
pé. Pegamos o Petrusse Express, e levamos a Marina passear na ville basse, Grund. O passeio no
trenzinho é ok. Achei bem mais legal fazermos a pé, como ontem, apesar do sobe
e desce.
Ao voltar à
praça, pegamos o sight seeing tradicional, tipo hop on hop off. Esse sim vale
bastante a pena, até porque leva a uma parte da cidade que, de outra maneira,
não teríamos conhecido.
O percurso
começa passando por uma ruazinha do centro, a única que não é peatonal.
Continua pelo mercado do peixe, uma parte da cidade antiga, onde, na verdade,
não tem mercado nenhum. Contornando o Boulevard Royal, rua do nosso hotel,
passa pelos Parques Municipais,
que era a vista do nosso quarto. Aí entramos no distrito bancário, onde se
concentram bancos, empresas e sedes governamentais. Os prédios são todos bem modernos,
baixos e a maioria é de vidro. Passamos também pela Filarmônica, do mesmo arquiteto da Cidade da Música no Rio.
Na volta,
cruzamos a ponte Adolphe e
fomos até a estação de trem, passando por um centro de comércio bem menos
chique que as Kenzo e Dior dos arredores das praças. Por fim, antes de terminar o circuito,
passamos em frente à Notre-Dame.
Almoçamos uma
sopa deliciosa no À la Soupe,
que estava lotado. Daí, fomos às Casamatas
do Bock, um emaranhado de corredores subterrâneos para defesa militar
das fortalezas e muros que cercavam a cidade, construídas no século X, pelo
conde Sigefroi. O engenheiro militar francês Vauban foi o principal responsável
pela ampliação das galerias, que levou Luxemburgo a ser chamada de Gibraltar do
Norte. As casamatas tinham capacidade de abrigar 30.000 soldados com seus
cavalos, mantimentos, artilharia, etc.
Assim que
começamos a descer, a vista do vale é esplêndida. Estávamos nos mesmos buracos
na pedra que tínhamos visto quando passeávamos no Petrusse Express. Em uma das
câmaras, havia um fosso de 50m de profundidade, digno de filme, onde, reza a
lenda, desapareceu Melusina, esposa do conde Sigefroi, com sua cauda de sereia.
Saindo das
Casamatas, fomos passear pelo Chemin
de la Corniche, “a sacada mais bonita da Europa”. É engraçado pensar
como uma cidade tão financeira pode ser tão bonita e bucólica, com os céus
azuis e nuvens refletindo no pequeno rio que corre no vale.
No fim da
Corniche, começou a chover bastante, então apertamos o passo até o Plateau St.
Sprit, a área do judiciário.
Olha só o céu nebuloso! |
Voltamos à Rue Du Marché aux Herbs, em frente ao Palais Grand-Ducal (cidade pequena é assim, tudo se interconecta). Então entramos na Chocolate House, de Nathalie Bonn. O lugar tem tortas e bolos lindos e variados. Comemos um brownie de chocolate com cereja e eu tomei um chocolate quente. (Era um cubo de chocolate preso no palito, que podia ter vários sabores diferentes, como 40 ou 70% cacau, chocolate branco, com pistache, com café, etc. Mergulhando a colher / palito de madeira no leite, o chocolate derretia. Tinha até um cardápio com todos os sabores de chocolate. Magnífico! Fica a ideia para as festinhas da Marina!)
Quando saímos
de lá, a chuva tinha passado e o céu estava mais azul que antes. Então
decidimos esticar o passeio, em vez de voltar para o hotel. Fomos até a Place Clairefontaine, onde tem
uma estátua em homenagem à Gran duquesa Carlota. Descemos a Rue St. Sprit e
refizemos o Chemin de la Corniche, agora no sentido inverso. Ao chegar de volta
às casamatas, descemos a Rue Large
em direção a Ville basse.
Essa rua é uma graça e a vista é linda, deixando ver o vale e os tetos das
casas através das árvores.
Chegando lá
embaixo, passeamos pela ponte de Trèves e subimos de volta ao Plateau de
elevador. No caminho de volta para o hotel, entramos na Notre-Dame e tomamos um
sorvete de violette no Ladurée (not good at all).
Descansamos um
pouco e fomos jantar no Ikki,
em rives de Clausen, na
cidade baixa. É uma rua cheia de restaurantes, bares e boites moderninhos. No
Ikki, o primeiro andar era um bar com música e a nata do Kirchberg reunida. O
restaurante fica no 2º andar e foi uma experiência realmente inesquecível. para
“divertir a boca”, serviram um creme de aspargos. Eu pedi um atum em cama de
cogumelos, cebola roxa, manga e pistache, com molho de manga picante e sorvete
suave de wasabi. O da mamãe foi um risoto de foie gras com aspargos e crisps de
Parma. Nem sei dizer qual estava melhor. De sobremesa, um creme brulée em
chamas. Para acompanhar ½ garrafa de Château Schengne, um ótimo pinot gris.
Tudo por menos de 100 euros. Além da comida, a decoração do restaurante também
era linda. Vraiment memorable!
12 de abril,
quinta-feira
LUXEMBOURG –
BRUSSELES
Saímos de
Luxemburgo no trem de 10h20 e chegamos a Bruxelas quase às 14h. Fizemos
check-in, deixamos as coisas no quarto e saímos para comer. Nosso hotel é super
bem localizado, na Place Grote Markt,
a uma quadra da Gran Place. Não tem nada do luxo de Luxemburgo, mas era ótimo.
Nada como ter uma boa agente de viagens! Pela pequena rua Heuvel Colline,
crivada de lojinhas bacanas e outras nem tanto, como L’Occitane, Tintin e
milhares de lojas de chocolate e quinquilharias, chegamos à Gran Place, que é realmente um
espetáculo, rodeada de construções neo-góticas, que brilham com os tons
dourados e as figuras decorativas, seja nas fachadas ou nos tetos.
Cada edifício
pertencia e foi recuperado por um sindicato diferente. O único que continua em
posse do “sindicato” é o dos cervejeiros, que abriga o Musée de la Bierre. As
principais construções são o Hôtel de
Ville, o Palais des Ducs
Brabant e a Maison Du Roi,
onde nunca morou nenhum rei e hoje funciona o Musée de la Ville. (Tem um
aplicativo do Iphone sobre Bruxelas que fala de cada construção da Gran Place.)
Detalhe para o casaco que não cobria a barriga... |
Almoçamos no La Chaloupe d’Or, com vista para
a praça, comida boa, cervejas boas (Affligen e Tripel Karmeliet) e garçom 171.
Quando terminamos, já era até meio tarde e fomos explorar a cidade a pé. Passamos
pelo Boulevard Anspach, rue du Lombard e rue du Midi, com lojas e
restaurantes diversos, pela Bourse
e pelo Manneken-Pis. O
passeio pelas ruas é muito agradável e a cidade é linda, porém meio complicada
de se locomover. A maioria das ruas tem dois nomes e, no início, foi um pouco
difícil me encontrar no mapa.
As duas
cervejas do almoço mataram a mamãe e ela desmaiou, quase literalmente. Passamos
no hotel e ela apagou. O dia estava lindo e ainda claro. Então, continuei o
passeio.
Passei pela Galerie Royal St. Hubert, uma
Passage Couverte no melhor estilo parisiense. No fim da galeria, na rue Montagne,
fica o A la Morte Subite, um
bar / bistrô famosinho. Voltando pela galeria, no meio, ela tem uma saída para
a rue de Bouchers, uma rua
cheia de restaurantes dos dois lados, com todos os garçons te chamando para
entrar, onde, apesar do assédio, vamos jantar. (Rapha, não leve o Alexandre
lá!)
Antes de
voltar ao hotel, passei em frente à praça da Catedral. É uma igreja bem bonita,
que, por fora, lembra a Notre-Dame de Paris.
Voltei ao
hotel e nos arrumamos para jantar. Antes de ir comer, passamos pela Grand Place, para vê-la
iluminada. Nem dá para explicar como ou por quê, mas fica ainda mais bonita.
Essa é a Place Grote Markt, com a agulha do Hotel de Ville ao fundo. |
Caminhamos
pela rue du Marché aux Herbes e viramos para chegar a rue de Bouchers. Comemos
no restaurante mais cheio, o La
Terrase, na varanda. Pedi moulles frites, um prato típico, mexilhões
com batata frita, e ainda achei uma pérola dentro de uma das conchas. Para a
Marina!
Fomos dormir
felizes, as três!
Excelente post. Obrigado por compartilhar conosco suas experiências e impressões.
ResponderExcluirVamos a Luxemburgo e suas dicas foram valiosas.
Oi, Allysson. Aproveite Luxemburgo. É uma cidade incrível! A princípio, decidimos ir só porque minha mãe queria conhecer mais um país, mas acabou sendo a melhor surpresa da viagem!
ExcluirBom dia Lulu Aché, se puder me ajundar gostaria se na sua opnião seria melhor passar três dias em Bruxelas ou dois dias em Bruxelas e dois em Luxemburgo. Att,
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