Saímos
de Sfax às 7h sem visitar a cidade.
É uma cidade bem grande, com um dos souks mais bem conservados da Tunísia, onde
foram filmadas cenas de “O Paciente Inglês”. De Sfax, descemos até Gabes. Foram
2 horas de viagem. Gabes é a capital da henna.
Passeamos
pelo mercado coberto (o primeiro souk de verdade que vimos até agora).
Tinha uma variedade enorme de temperos e especiarias, com cores e tons lindos.
O colorido é o máximo!
Depois
de uma parada rápida em Gabes,
continuamos descendo pelo Golfo de Gabes por mais uma hora e pegamos um ferry
para cruzar até a ilha de Jerba. A
primeira parada na ilha foi a sinagoga em El-Ghriba (que significa “o
milagre”). É um local importante de peregrinação para os judeus da Tunísia.
Depois
fomos a Hount-souk, a capital da ilha. Passeamos pelas lojas e paramos
para tomar um suco de laranja natural, das árvores que circundavam a praça! O
mercado é todo ao livre, com cafés lindos. É uma graça! Em uma das lojas, fui
comprar uma pashmina, mas o valor que o vendedor pediu em uma era o que eu
queria comprar em todas as seis. Eu já ia embora, largando a compra para lá,
mas minha mãe, a super negociante, disse que não podíamos ir embora sem
barganhar, que seria, inclusive, uma grosseria com o tunisiano. Resultado:
levei sete pashminas pelo preço de uma!
Depois
do almoço, fomos a Guellala, um bairro em Jerba muito famoso pela
produção de cerâmica. Há várias lojas expondo vasos e mostrando como se faz a
cerâmica. Depois da demonstração, ao melhor estilo Ghost, passeamos pelas lojas
e fizemos umas comprinhas. Deu até vontade de comprar uma couscouzeira!
Quando
estávamos voltando para o ônibus, dezenas de muçulmanos estavam saindo da
mesquita após a reza. Era um monte de gente mesmo, indo pegar o ônibus, a moto
ou voltando para o trabalho, tudo acompanhado pela tradicional sirene que ecoa
pelos alto falantes da mesquita.
A
arquitetura da ilha é linda. As construções não podem ter mais de três andares,
todas são pintadas de branco e várias têm uma cúpula arredondaa, também branca,
dando um ar bem grego, com o mar e o céu azuis ao fundo.
Voltamos
para o ônibus e seguimos para Matmata
(mais uma hora e meia de estrada). Quase toda a paisagem é dominada por
plantações de oliveiras, para fazer azeite de oliva. (A Tunísia é o quarto
maior exportador de azeite do mundo!)
Durante
o percurso no ônibus, que é bem longo, já que praticamente atravessamos o país
inteiro nesses sete dias, a presença do guia é bem importante. Na verdade,
seria, já que o nosso guia não era lá grandes coisas. Mas, no caminho até
Matmata, a mamãe finalmente dobrou o guia! Até paramos para tirar foto da
paisagem ao entardecer.
Chegando
mais perto de Matmata, a paisagem muda bastante, e passa a ser dominada por uma
grande cadeia montanhosa. A vista das montanhas com a luz do fim de tarde é
linda!
O
hotel de Matmata (El Diar El Berber) é um capítulo a parte. Ele reproduz uma
tradicional casa troglodita, fincada na pedra. É bem kitch, mas muito legal! Jantamos
no próprio hotel, no buffet, e dormimos na gruta!
Day 4 – 26 de março, quinta-feira
Saímos
do hotel bem cedo e bem frio, com o dia ainda amanhecendo e cores lindas nas
montanhas cheias de buraquinhos das casas trogloditas, que são quase como
cavernas, construídas dentro da pedra.
Fomos
visitar uma das famosas e típicas casas trogloditas. Assim que entramos
pela abertura na pedra, um corredor comprido leva até uma sala com um tear. É
tipo a recepção da casa. Passando pela sala e continuando pelo corredor,
chegamos a um pátio interno. O pátio é levemente inclinado para um lado, para
que, em caso de chuva, a água não se acumule.
O
pátio é como uma clareira no meio da montanha. Ao redor, nas paredes de pedra,
há várias aberturas, sendo que cada uma é uma peça da casa. Tem uma sala comum,
o quarto das crianças, o quarto dos pais, a cozinha, etc.
Dentro
dos cômodos, a temperatura é bem mais alta do que o frio que faz do lado de
fora. A rocha ainda mantém o calor. Tudo super inteligente! Em cima de um dos
cômodos tem um silo para armazenar os grãos, no “segundo andar”. Assim os
bichos não conseguem entrar.
A
dona da casa preparou um pão berbere com mel para a gente comer. Era uma
delícia! Todo mundo avançou e não sobrou nada. Enquanto comíamos, a avó moía o
trigo dentro de outro pequeno cômodo.
Daí,
seguimos direto para Douz, a porta do
deserto. Paramos na cidade e caminhamos um pouco pelo mercado, bem local
mesmo, só com tunisianos.
Continuamos
até o início do deserto e dá para ter bem a sensação da porta do deserto. No
final da cidade, tem toda uma estrutura para receber os turistas que vão fazer
o passeio de dromedário (como nós) e, de repente, tudo acaba e vira
areia, só deserto mesmo, de uma hora para a outra. Parece que, se não tivessem construído a estrutura de turismo e asfaltado a estrada, o deserto ia engolir a cidade.
O passeio foi muito divertido. Na hora de subir e
descer do camelo dá um medinho, mas o resto é tranquilo, principalmente porque
tem um carinha que vai puxando o camelo. A gente não galopa!
Detalhe
para o meu dromedário arredio que começou a gritar no meio do caminho. Tive que
descer, o cara rearrumou a cela e tal e eu subi de novo, só porque essa tinha
sido a melhor parte, né?
Paramos
um pouco no meio do deserto para descansar. A areia é super fina e, se
cavarmos um pouquinho, ela fica gelada e meio úmida. Dá até a impressão de que
vai brotar água. Antes de seguir viagem, eu e o Mati demos uma volta de bugre
numa pista no deserto.
No
caminho para Tozeur, paramos para ver o Chott El-Jerid. É um lago
salgado que passa a maior parte do ano seco. E quando o lago seca, só sobra o
sal, que não evapora. O brilho branco é incrível e reflete a luz do sol. Óculos
escuros são indispensáveis!
As
diferentes cores da água refletem as diferentes concentrações de sal. Quanto
mais vermelha a água, mais sal ela tem. A gente mergulhou a mão na água e ela
sai até esbranquiçada, de tanto sal que tem na água.
Chegamos
em Tozeur e fomos almoçar. No resto
do dia, tivemos a tarde livre. Descansamos um pouco e fomos fazer uma
massagem no Sofitel, bem perto do nosso hotel. A cidade de deserto é totalmente
diferente, não só pelo clima, mas até as ruas, a areia penetra em tudo.
No
Sofitel, depois de uma massagem deliciosa, com o corpo cheio de óleo
aromático, eu e a mamãe fomos ao hamman, o banho turco, embora estejamos
na Tunísia!
Às
19h, já estávamos prontas para sair para jantar. O jantar foi numa tenda
construída no meio de um oásis. Fomos recebidos por uns tunisianos tocando
música local. Passamos para ver as mulheres mexendo com lã, trigo e folhas de
palmeira. Depois, ainda teve um show de cavalos com direito a fogo e tudo.
É
totalmente turistão, mas vale a pena. Todas as nossas outras refeições tinham
sido mais simples, com comida local, bem temperada, com bastante harisha. É um
grande show seguido por um jantar muito gostoso. Vale a pena!
De
entrada, teve chorba, uma sopa picante com pedacinhos de pasta. O
primeiro prato foi o brik, uma massa frita bem fininha recheada de ovo.
O segundo prato foi o carneiro com couscous. Tudo regado a muito vinho
de Cartago.
Durante
o jantar, já sentados na mesa, ainda teve shows de música e dança, chamando
inclusive os convidados para a dança. Matias e Yolanda, claro, não podiam ficar
fora dessa!
Vou a Tunísia em fevereiro. Adorei suas dicas. estou super animada.
ResponderExcluirObrigada.
Abs.
Rosa Maria Campos
Oi, Rosa. Espero que você aproveite. Eu adorei a Tunísia!
ExcluirFizemos uma excursão que foi bem completa e ainda nos dava um tempinho livre em algumas cidades.
Só mais um comentário: me arrependi muito de não ter trazido mais cerâmicas e a famosa couscouzeira. Só trouxe dois pratos, e um ainda quebrou... Aproveita!!!
Beijo.